"O paradoxo dos vulcões consistia no facto de serem ao mesmo tempo
símbolos de destruição mas também de criação de vida.
Quando a lava abranda e arrefece, solidifica e, com o tempo,
dá origem a solo - um solo fértil e rico."
Matt Haig
Miradouro da Grota do Inferno
Ir aos Açores era uma das viagens que já se planeava cá por casa há um tempo, pelo que na 2ª quinzena de Agosto agarrámos nas malas e voámos até São Miguel, para aquela que viria a ser a última semana de férias do ano. E não podíamos ter terminado melhor, no meio dos simpáticos e generosos micaelenses, que nos aqueceram o coração.
Durante sete incansáveis dias percorremos de uma ponta à outra (num carro previamente alugado) esta ilha encantada, repleta de miradouros de cortar a respiração, lagoas azuis e águas quentes e férreas. E sob um sol esplendoroso (praticamente não apanhámos chuva) deixámo-nos encantar pelas suas gentes e por toda a sua beleza verdejante, digna de um filme.
Porque sim, os Açores são ainda mais bonitos do que tinha imaginado e a sua beleza nunca vai caber em nenhuma foto que se tire. Vai sempre surpreender e arrebatar, tal como o fez a mim. A escala das montanhas transcende-nos, a quantidade de verde enebria e a imensidão do Atlântico, sempre à nossa volta, acalma e apazigua.
Começámos pela costa oeste e um dos locais mais espetaculares que visitámos foi este, o Miradouro da Grota do Inferno, localizado a 1000m de altitude e onde se avistam várias lagoas ao mesmo tempo: a Lagoa das Sete Cidades, a Lagoa Rasa e a Lagoa de Santiago.
Miradouro da Grota do Inferno
A paisagem é espetacular e merece uma visitas e muitas fotografias! Entrando pelo Parque Florestal da Mata do Canário, passa-se pela Lagoa do Canário (sempre emoldurada de hortênsias azuis), percorre-se um trilho de terra batida e sobe-se. A caminhada, um pouco íngreme, vai valer a pena e leva-nos a esta paisagem deslumbrante.
Lagoa do Canário
Continuamos o nosso caminho, sempre maravilhados, e para onde quer que olhemos o verde não termina e o céu não acaba. Não sei exatamente quantos quilómetros teremos feito (tanto a pé como de carro), mas foram muitos!
A Lagoa de Santiago é mais outra que merece uma visita, com a sua água de um azulão esverdeado intenso e escarpas montanhosas imponentes. Não dá para olhar, tirar fotografias e ir embora. É preciso sentar e ficar um pouco a contemplar.
Lagoa de Santiago
A Lagoa das Sete Cidades, que tem a melhor vista através do Miradouro da Vista do Rei, é um dos locais mais conhecidos e turísticos em São Miguel, mas sabemos bem porquê. A vista é mais um vez digna de postal. Ao lado, o fantasmagórico Hotel Monte Palace, fechado desde 1991, destoa da paisagem, mas oferece uma bela vista a quem se atreve a subir.
Lagoa das Sete Cidades
Perto da Lagoa das Sete Cidades vale também a pena descobrir a Baía do Silêncio, acessível pelo caminho do Cerrado das Freiras. Onde a estrada termina, encontramos mais um local paradisíaco. Sente-se realmente um sossego e um paz difíceis de descrever.
Baía do Silêncio
Terminámos um dos dias nos Mosteiros, uma aldeia numa das partes mais ocidentais da ilha, com piscinas naturais esculpidas nas rochas, que se enchem de água com o mudar das marés. A costa é linda e assistir ao pôr do sol no Ilhéu dos Mosteiros embalados num delicioso passeio de barco, foi verdadeiramente inesquecível, juntamente com as cores inesperadas do crepúsculo (to be continued...).
Ilhéu dos Mosteiros
Imagens Homes in Colour
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