Quando olho em volta, o meu olhar recai
sobre um quadro de que gosto particularmente,
comprado no estrangeiro, e sobre uma jarra de flores frescas num canto.
Apesar de não ser grande, o espaço onde vivo contém apenas
as coisas que falam ao meu coração.
Marie Kondo
Como todos sabemos, de vez em quando surgem fenómenos que devido às redes sociais se tornam virais. A Marie Kondo foi sem dúvida um deles. Até há relativamente pouco tempo nunca tínhamos ouvido falar desta pequena e bonita japonesa, obcecada por arrumações, que através da Netflix entrou nas nossas casas e pôs muita gente a querer arrumá-las verdadeiramente. Porque afinal, como ela diz, ao arrumarmos a nossa casa, arrumamos também as nossas vidas. E pela minha experiência pessoal, cada vez mais acredito nisso.
Embora já tivesse comprado um dos seus livros muito antes de ela se tornar um fenómeno, só o comecei a ler com atenção no início deste ano, como partilhei convosco neste post. E só o comecei verdadeiramente a pôr em prática há cerca de umas semanas, primeiro cá em casa e agora (aos poucos) também no meu atelier (onde o caos costuma estar permanentemente instalado).
Apercebi-me que viver num espaço
arrumado, organizado e apenas com objetos que gosto verdadeiramente,
faz toda a diferença na minha vida.
Primeiro, é inegável o impacto positivo que a arrumação tem na minha vida. Sinto-me inegavelmente muito mais feliz, leve e bem-disposta quando tenho a casa arrumada, limpa e organizada. Torna-se um prazer chegar e estar em casa. E depois não há dúvida que a vida fica também muito mais facilitada. Não andar horas à procura de coisas que preciso e não faço ideia onde estão é (definitivamente) um alívio.
Hikidashi Boxes da Marie Kondo
Hei-de partilhar convosco algumas das técnicas mais interessantes que tenho adoptado cá por casa, mas hoje apenas deixo por aqui um dos conceitos que mais gosto neste método, e com o qual simpatizei desde início: escolher e apenas manter em casa aquilo que nos desperta e inspira sentimentos de alegria. Como ela diz;
Only choose what sparks joy.
- M A R I E K O N D O
Pode interrogar-se sobre a eficácia de um critério tão vago, mas o truque é pegar em cada objeto. Não basta abrir o armário e decidir depois de um olhar superficial que tudo lá dentro lhe inspira alegria. Deve pegar em cada objeto. Quando lhe toca o seu corpo reage. A sua resposta a cada peça é diferente. E com base nela deverá fazer as suas escolhas. Marie Kondo
E embora pareça uma dica bastante óbvia, a verdade é que a maior parte de nós escolhe manter objetos mais pela dificuldade emocional que tem de se libertar deles, do que pela alegria e prazer que nos trazem. Eu própria ainda faço isso (agora cada vez menos).
No fundo, não deixa de ser uma forma de apego ao passado.
Facilmente associamos objetos a memórias e momentos da nossa existência, e de uma forma ligeiramente inconsciente temos a sensação que os eliminar é como que apagar uma pequena parte da nós.
No entanto, a vida é feita de movimento e mudança. Tudo o que estagna não evolui e morre. Ao eliminarmos certas coisas da nossa vida (principalmente aquelas que não nos despertam alegria) estamos na verdade a dar espaço para que outras novas entrem.
No fundo, trata-se de fazer escolhasque nos fazem sentir bem e trazemalegria.
No fundo, trata-se de fazer escolhas
que nos fazem sentir bem e trazem
alegria.
Porque a felicidade é (sem dúvida) feita dessas pequenas escolhas.
Fotografias e Video Marie Kondo
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