O post de hoje é simples e breve.
Porque na nossa casa (interior) é onde tudo acontece.
Tendo passado por ambas as experiências, celebro-as hoje com dois breves poemas que gosto particularmente. Um de um poeta americano e outro de um português.
(Para se ler devagar, num lugar confortável da uma casa.)
LOVE AFTER LOVE, de Derek Walcott
The time will come
when, with elation,
you will greet yourself arriving
at your own door, in your own mirror,
and each will smile at the other´s welcome,
and say, sit here. Eat.
You will love again the stranger who was your self.
Give wine. Give bread. Give back your heart
to itself, to the stranger who has loved you.
all your life, whom you ignored
for another, who knows you by heart.
Take down the love letters from the bookshelf,
the photographs, the desperate notes,
peel your own image from the mirror.
Sit. Feast on your life.
[ Derek Walcott ( 1930 - 2017 ) foi um poeta e dramaturgo norte-americano. Ganhou o prémio Nobel da Literatura em 1992. ]
AMOR COMO EM CASA, de Manuel António Pina
Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas que me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.
[ Manuel António Pina ( 1943 - 2012) foi um jornalista e escritor português que em 2011 foi galardoado com o Prémio Camões. ]
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